Há muitos momentos em Atos que mencionam o Espírito Santo. No entanto, o texto a seguir mostra os episódios em que os crentes foram cheios do Espírito Santo pela primeira vez, em que eles foram batizados no Espírito Santo.
O PRIMEIRO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO (At 2.1-4)
No dia de Pentecostes, cento e vinte crentes oravam no quarto do andar superior. Eles estavam esperando para serem batizados no Espírito Santo. De repente, ouviram um som como o de um vento muito forte. Aquele tom era símbolo da presença de Deus. Em Jó 38.1 Deus falou por meio de um grande redemoinho; em 1 Reis 19.11 um vento forte surgiu mediante a presença de Deus. De forma semelhante, o fogo também era um símbolo da presença do Senhor. Deus falou a Moisés na sarça ardente (Ex 3.2); Ele veio como fogo no monte Sinai (Ex 19.18). Assim, o som de vento e o fogo alertavam os crentes de que Deus estava próximo! Assim como o Senhor aceitara o templo de Salomão (1Re 9), agora aceitava a Igreja e cada um dos crentes como Seu novo templo. Estes dois sinais vieram antes do batismo do Espírito e nunca mais se repetiram em Atos.
Cada um dos cento e vinte crentes foi cheio do Espírito Santo e todos começaram a falar em línguas. O propósito do batismo no Espírito era capacitá-los a testemunhar, então, não é surpresa que a plenitude do Espírito transformasse os seus discursos. Hoje, os pentecostais somam aproximadamente seiscentos milhões de salvos em todo o mundo. Essas pessoas são ousadas no testemunho de Jesus e acreditam no falar em línguas, assim como deu-se com os crentes no Pentecostes e por todo o livro de Atos.
O SEGUNDO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO (At 8.14-19)
Filipe pregou Cristo aos samaritanos. Muitos homens e mulheres creram. Até Simão, que praticava magia, creu. Após aceitarem Jesus como Salvador, Filipe os batizou. Os samaritanos, como todos os crentes, receberam o Espírito Santo quando creram em Jesus.
A pergunta certa não é se o crente tem o Espírito ou quanto do Espírito um crente tem. A pergunta certa é quanto do crente o Espírito possui! Quando chegamos a Cristo pela primeira vez, pensamos nos nossos pecados. Depois, novos crentes, começamos a pensar em falar para os outros sobre as boas-novas. Os samaritanos nasceram de novo, mas não tinham ainda recebido a completude do Espírito. Eles precisavam que Ele se expandisse neles e preenchesse suas vidas.
Não se perca nas várias formas que Lucas fala sobre nosso relacionamento com o Espírito. De um ponto de vista, ele descreve o Espírito como um presente que o Pai prometeu, de outro, ele descreve esse relacionamento tão maravilhoso como um batismo e ainda, em um terceiro ponto de vista, ele o menciona como um preenchimento que vem de dentro. Em Atos 8, ele diz que o Espírito veio sobre eles (At 8.16). Cada uma das descrições de Lucas nos ajuda a entender nosso relacionamento com o Espírito.
Entre os samaritanos estava Simão, outrora bruxo, que viu e ouviu alguma coisa que o impressionou. Algo chamou sua atenção. Os professores bíblicos sabem que os samaritanos falaram em línguas, os liberais, claro, não creem nisso; mas sabemos que, como em Pentecostes, foram as línguas estranhas que chamaram a atenção. Além disso, Simão já tinha visto Filipe operando milagres, e ele queria todo esse poder para si. Ele o queria comprar.
O TERCEIRO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO (At 9.17-19)
Estamos estudando os cinco momentos em que crentes foram batizados no Espírito Santo no livro de Atos. Vimos quando os crentes foram cheios pela primeira vez, em Jerusalém e em Samaria. O terceiro caso é de Saulo – que logo passará a ser chamado de Paulo.
Deus ordenou que um discípulo chamado Ananias ajudasse Saulo. Em Atos 9.17 vemos que o Senhor Jesus enviou Ananias a Paulo por dois motivos: (1) Ananias orou por Saulo para que voltasse a enxergar e que (2) ele também fosse cheio do Espírito. O fato de Ananias dizer “Irmão Saulo” mostra que ele sabia que Saulo já havia crido em seu coração.
Lucas não tece detalhes sobre o revestimento de poder de Paulo porque é o seu comportamento padrão não repetir os detalhes óbvios; não há dúvidas, porém, de que Paulo tenha falado em línguas estranhas ao ser batizado com o Espírito Santo. Era claro para todos que os apóstolos falavam em línguas. Se não fosse por um problema em Corinto, sequer haveria registro na Bíblia de que Paulo falava em línguas. No entanto, em 1 Coríntios 14.18, sabemos que Paulo falava em línguas mais do que outros. E quando ele começou a falar em línguas? Quando foi batizado.
O QUARTO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO (At 10.44-46)
Este evento ocorreu na casa de Cornélio em Cesareia. Pedro conta que o Espírito Santo veio sobre todos os que ouviram a mensagem. Esta é a forma como Lucas descreve o que aconteceu aos crentes em Samaria quando Pedro e João foram para lá (At 8.16), mas como Pedro e outros judeus estavam certos de que os gentios tinham recebido o Espírito Santo? Eles sabiam, pois, os ouviram falar em línguas (At 10.45-46). Posteriormente, Pedro fala sobre o ocorrido em Jerusalém. Lá, ele enfatiza que os gentios tinham sido batizados no Espírito Santo, ele sabia que eles tinham recebido o mesmo batismo e o mesmo dom. Como ele podia ter tanta certeza? Porque o Espírito veio sobre eles assim como veio sobre os apóstolos no Pentecostes (At 11.15-16). Conosco, dá-se o mesmo: o falar em línguas estranhas é que nos dá a certeza de havermos sido batizados com o Espírito Santo.
O QUINTO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO (At 19.1-7)
O último exemplo que vamos considerar é o que aconteceu em Éfeso, cerca de 23 anos depois do Pentecostes. Aqui temos outro exemplo claro de que o batismo do Espírito Santo é uma experiência diferente da de nascer de novo. Os doze homens creram e Paulo os batizou nas águas. Quem pode negar que eles eram cristãos? Mas algo estava faltando em suas vidas. Eles precisavam ser cheios do Espírito que já estava neles. Então Paulo colocou suas mãos sobre eles, e foram cheios do Espírito Santo. Qual é a evidência? Eles falavam em línguas e profetizavam (At 19.6).
Vimos um padrão bíblico nestes casos. Observamos cinco momentos diferentes em Atos dos Apóstolos, onde crentes foram cheios pelo Espírito Santo pela primeira vez, quando foram batizados com o Espírito Santo. Em três desses momentos há certeza explicita de que os crentes falaram em línguas ao receberem o dom do Espírito – em Jerusalém, Cesareia e Éfeso (Atos 2, 10 e 19). Nos outros dois casos, está implícito que os cristãos falaram em línguas (Atos 8, 9). Em todos os cinco episódios, os crentes não buscavam as línguas, mas o poder para testemunhar de Jesus. O falar em línguas, portanto, é o sinal bíblico do batismo. Ele mostrou (e ainda mostra) que os crentes estavam cheios do Espírito a quem tanto buscavam, e que por Ele foram batizados.
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Pr. George O. Wood – George O. Wood foi um ministro pentecostal americano que atuou como Superintendente Geral do Conselho Geral das Assembleias de Deus nos Estados Unidos. Ele presidiu a Fraternidade Mundial das Assembleias de Deus, a maior denominação pentecostal do mundo. A sua formação acadêmica inclui um mestrado e um doutorado em Teologia, ambos nas mais tradicionais faculdades pentecostais norte-americanas.
A sua carreira ministerial sempre foi muito frutífera, tanto quanto aos cargos dirigentes que ocupou, quanto aos estudos e livros que produziu. Até o fim de sua vida terrena, em 12 de janeiro de 2022, George Wood esteve piedosamente envolvido com a ministração da palavra de Deus, e com a escrita de materiais de excelência, como o Manual de Estudos: Atos dos Apóstolos – os avanços da Igreja de Cristo no poder do Espírito Santo, que a EETAD disponibiliza aos alunos.