Raizes Pentecostais

Quanto mais seguros, mais expostos. Não faz sentido? Então, observe. Num documentário sobre o porta-aviões USS Nimitz, histórico orgulho da marinha americana, o apresentador destacou a proteção pessoal dos militares; eram itens que iam de capacetes cujas cores determinavam funções e patentes a avisos sonoros que ecoavam diretamente nos fones de ouvido. Tudo era tão seguro, mas o locutor alertou: “O convés de um porta-aviões é o lugar mais perigoso do mundo para se trabalhar”. Surpreso?

A sensação de segurança nos faz ignorar os perigos. Isso explica um jovem cristão perder-se nas drogas, ou um obreiro implodir seu casamento. A ideia de segurança faz a moça crente rifar a virgindade e pastores de envergadura arruinarem o ministério. Sentindo-se seguros, eles ignoraram os perigos ao redor, porque as armadilhas espirituais mais eficazes estão onde nos sentimos protegidos pelo anonimato, escorados na autoconfiança, amparados pela reputação.

     A santidade é uma doutrina dogmática; isto é, não admite questionamentos. O verdadeiro cristão é santo, o falso cristão não é. Eis uma boa definição para santidade: perfeição moral que se destaca pela pureza e afastamento do pecado. E tudo fica mais sério se observarmos que ela é um atributo do Criador (Ex 15.11), e que por esta qualidade Sua é que podemos buscar a separação do mundo. Como atributo de Deus, a santidade existe desde sempre, de eternidade a eternidade ela foi e será. Nunca sairá de moda!

Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, admirável em louvores, realizando maravilhas?” (Ex 15.11)

Imaginemos alguém que não conhece Deus e que, jamais tendo lido a Bíblia, vai ao Livro Santo sem entender seus personagens ou seu enredo de amor. Este leitor descobre, já no terceiro capítulo, o quão severo é o personagem maior da narrativa. Após criar dois seres humanos que não pediram para existir, Ele os expulsa do Éden sumariamente. O leitor desinformado julgaria isso uma maldade, afinal, os primeiros humanos não tiveram a oportunidade de discutir com outros suas ideias sobre o Criador. E, agora, depois de um só pecado, rua?! O que isso prova? Que a santidade é um atributo de Deus, e, como tudo Nele, ela é permanente, inegociável, imutável (Tg 1.16 e 17). O evento no Éden mostra como a presença de Deus torna santos os lugares, as coisas e as pessoas. Santidade, portanto, é um comunicável. Ela é linda, é sublime e é relacional. Eu não posso ser santo se Deus não estiver em mim. Aleluia!

     Uma última observação: Deus espera encontrar santidade em nós, e nada menos que isso. Quem você é, ou pensa ser, não importa. Nada em você é suficiente para merecer o céu. O Criador conhece os seus pecados, mesmo aqueles que você não confessou porque continua a praticá-los escondido. Ora, você é um estudante das Escrituras, talvez um pastor, e eu não posso curar falsamente o seu pecado. Logo, o resumo de tudo o que lhe escrevo aqui é: sem santidade ninguém verá o Senhor.

Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor. Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus. Que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando a muitos” (Hb 12.14, 15)

Por Pr. Terry JohnsonPresidente da EETAD e Edições Bernhard Johnson