Por Pr. Claudionor de Andrade 1
Conselheiro Bíblico da EETAD e Edições Bernhard Johnson

Na abordagem deste tema, conscientizemo-nos de que já estamos nos últimos instantes da Igreja de Cristo, neste mundo. Portanto, a trombeta em breve estrugirá o seu último sonido, anunciando o arrebatamento dos santos. Aos que forem com o Senhor, a bem-aventurança será plena. Quanto aos que, apesar de conhecerem a verdade, preferiram a mentira, terão de experimentar um castigo pior do que o Inferno; a Grande Tribulação será indescritível.
Sendo a Escatologia Bíblia uma disciplina altamente consoladora, os que amamos a Jesus Cristo, o Eterno Filho de Deus, já estamos a desfrutar de uma inamovível certeza: não teremos de passar pela Grande Tribulação. É o que demonstraremos ao longo deste estudo bíblico.
Isto posto, continuemos a peregrinação rumo à Jerusalém Celeste, pois já não falta muito para encontrarmo-nos com o Senhor, nos ares.
I. EM QUE FASE ESTAMOS DO PROGRAMA ESCATOLÓGICO DE DEUS
Peregrinos do Senhor, precisamos saber exatamente em que fase do programa de Deus, para estes últimos dias, nos achamos. O cenário histórico, político e, principalmente, moral, espiritual e doutrinal, conforme adverte-nos a Bíblia, é devastador. Por esta razão, situemo-nos escatologicamente, para não perdermos o rumo de nossa jornada à Cidade Celeste.
Não ignoremos estes marcos proféticos, pois nos encontramos:
1. Na fase do princípio das dores. “Mas todas essas coisas são o princípio das dores” (Mt 24.8).
2. Na fase da maior e mais terrível perseguição à Igreja de Cristo. “Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome” (Mt 24.9).
3. Na fase de escândalos e ódio entre os que professam ser cristãos. “Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão” (Mt 24.10).
4. Na fase de apostasia generalizada. “E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24.11).
5. Na fase do esfriamento do amor em relação a Cristo. “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará” (Mt 24.12).
6. Na fase que exigirá maior perseverança dos santos. “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mt 24.13).
7. Na fase da proclamação universal do Santo Evangelho. “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mt 24.14).
8. Na fase de florescimento da figueira profética – Israel. “E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira e para todas as árvores. Quando já começam a brotar, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer essas coisas, sabei que o Reino de Deus está perto. Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar” (Lc 21.29-33).
II. O QUE É A TEOLOGIA BÍBLICA PRÉ-TRIBULACIONAL
Houve um tempo que, na Assembleia de Deus, tínhamos como certíssimo este artigo de fé: a Igreja de Cristo não será submetida à Grande Tribulação, porquanto será arrebatada antes do derramar da ira de Deus sobre a humanidade impenitente, pecadora e rebelde. Hoje, todavia, já não são poucos os que, contaminados por teologias adversas, põem-se a falar o que fere e deslustra a Sã Doutrina.
Nós, porém, continuaremos a defender o que a Bíblia Sagrada vem ensinando desde os dias proféticos e apostólicos: não teremos de passar pela Grande Tribulação. Comecemos por definir esta tão preciosa doutrina.
1. Definição. A teologia pré-tribulacionista é a doutrina que, fundamentada na Bíblia Sagrada, ensina que a Igreja de Cristo não será submetida à Grande Tribulação, porquanto Jesus Cristo, nosso amado Senhor, a arrebatará antes da tormenta final, conforme Ele mesmo prometeu à igreja em Filadélfia:
“Como guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap 3.10).
2. A fundamentalidade do pré-tribulacionismo. Entendamos algo imprescindível: o pré-tribulacionismo não é um mero posicionamento escatológico, mas, uma doutrina que, biblicamente fundamentada, alicerça as demais em que se edifica a nossa Santíssima Fé. Sem este ensino, por exemplo, minamos as bases do arrebatamento imperceptível, repentino e sobrenatural da Igreja de Cristo.
3. Como a Grande Tribulação é conhecida nas Escrituras Sagradas. Estes são os nomes pelos quais a Grande Tribulação é conhecida na Bíblia Sagrada.
a) Grande tribulação (ARA). “porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (Mt 24.21). Em grego: θλῖψις μεγάλη.
b) Tamanha tribulação (ARA). “Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá” (Mc 13.19).
c) A ira futura. “e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1Ts 1.10).
d) Dia do Senhor. “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (1Ts 5.1,2).
e) Hora da tentação. “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10).
4. Uma doutrina em constante pesquisa, conforme explicou o santo anjo ao profeta Daniel. “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará” (Dn 12.4).
Observação: A ciência, aqui, refere-se à expansão do conhecimento profético a todo o mundo. Portanto, a profecia, agora, não se acha mais circunscrita à comunidade de Israel, porque a Igreja de Cristo fê-la conhecida universalmente.
5. Nos últimos dias, não serão poucos a tentarem destruir a escatologia bíblica. “sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2Pe 3.3,4).
III. OS OBJETIVOS DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Estudiosos das Sagradas Escrituras, temos de saber o porquê de cada ação divina. Logo, estamos a servir a um Deus bom, justo e racional; um Deus, aliás, que se alegra em partilhar, com o seu povo, os motivos de suas ações para estes últimos dias. Portanto, eis por que Ele esta para deflagrar, sobre a humanidade, a Grande Tribulação.
1. Castigar implacavelmente os que, pecando consciente, pública e sistematicamente rejeitam a graça de Deus. “E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces” (Ap 9.20,21).
2. Destruir o reino da Besta. “E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e os homens mordiam a língua de dor. E, por causa das suas dores e por causa das suas chagas, blasfemaram do Deus do céu e não se arrependeram das suas obras” (Ap 16.10,11).
3. Mostrar a soberania absoluta e inquestionável do Altíssimo. “E, depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor, nosso Deus, porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. E outra vez disseram: Aleluia! E a fumaça dela sobe para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos e os quatro animais prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia!” (Ap 19.1-4).
4. Destruir a Besta, o Falso Profeta e o próprio Satanás. “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap 20.10).
5. Ofertar uma segunda oportunidade de arrependimento e conversão ao mundo pecador. Apesar de a ira de Deus transbordar ineditamente na Grande Tribulação, sua graça continuará a manifestar-se salvadora, conforme inferimos desta passagem:
“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.6,7).
IV. O PADRÃO BÍBLICO DO PRÉ-TRIBULACIONISMO
Durante toda a História Sagrada, composta pelo Antigo e pelo Novo Testamentos, observamos claramente este padrão: antes de um juízo divino, o Senhor esconde, resgata e preserva o seu povo. Portanto, a justiça divina tem um padrão sublime: na administração de um juízo, o Senhor intervém para fazer claríssima diferença entre o justo e o injusto.
1. A justiça perfeita, infalível e amorosa de Deus. “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25).
2. Noé foi livrado do Dilúvio, na arca que, instruído divinamente, preparara. “E era Noé da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra. E entrou Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com ele na arca, por causa das águas do dilúvio” (Gn 7.6,7).
3. O Senhor Deus tirou a Ló e a sua família de Sodoma, antes de destruir as impenitentes cidades das campinas do Jordão. “E, ao amanhecer, os anjos apertaram com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças na injustiça desta cidade” (Gn 19.15).
4. Ao ordenar a destruição do Reino de Judá, de Jerusalém e do Santo Templo, o Senhor Deus de Israel poupou o remanescente piedoso e santo. “Então, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Como a estes bons figos, assim conhecerei aos de Judá levados em cativeiro e que eu enviei deste lugar para a terra dos caldeus, para seu bem. Porei os olhos sobre eles, para seu bem, e os farei voltar a esta terra; e edificá-los-ei, e não os destruirei, e plantá-los-ei, e não os arrancarei” (Jr 24.4-6).
V. AS PROMESSAS À IGREJA DE CRISTO QUANTO AO LIVRAMENTO DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Seria ilógico pensar que, na Grande Tribulação, não fará o Senhor diferença entre a Igreja e o mundo, entre o justo e o injusto, entre o santo e o profano. A propósito: Deus, por ser perfeitíssima justiça, sabe muito bem administrar seus juízos e galardões.
1. Sendo Deus justo, não deixará que o seu povo venha a perecer com os ímpios. “Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os soberbos e todos os que cometem impiedade serão como palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo. Mas para vós que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça e salvação trará debaixo das suas asas; e saireis e crescereis como os bezerros do cevadouro” (Ml 4.1,2).
2. O próprio Jesus, nosso amado Senhor, promete-nos que não seremos deixados à Grande Tribulação. “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.10,11).
3. O apóstolo Paulo consola a igreja, em Tessalônica, quanto ao nosso livramento da Grande Tribulação. “porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1Ts 1.9,10).
“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele” (1Ts 5.9,10).
4. Os justificados pela fé, sendo justos diante de Deus, serão resguardados da Grande Tribulação. “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5.9).
5. A Igreja de Cristo, tendo a promessa e o poder de forçar as portas do Inferno até derrubá-las, impedirá tanto o aparecimento do Anticristo como a deflagração da Grande Tribulação. “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2Ts 2.7,8).
6. Observação importantíssima: a Igreja de Cristo, por ser a habitação por excelência do Espírito Santo, tem suficiente poder, a fim de, até o Arrebatamento, forçar as portas do Inferno, e impedir a plena manifestação do Anticristo.
VI. A INSEPARABILIDADE DAS DOUTRINAS DO ARREBATAMENTO DA IGREJA E DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Como acreditamos firmemente no pré-tribulacionismo bíblico, é importante entendermos que as doutrinas do Arrebatamento e da Grande Tribulação são interdependentes e inseparáveis. De acordo com a cronologia bíblica, primeiro dar-se-á o rapto dos santos e, logo após, será deflagrada a 70ª Semana de Daniel, em cuja metade terá lugar a tribulação final e inominável.
1. A iminência do arrebatamento da Igreja de Cristo. “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Ts 4.16-18).
2. A Grande Tribulação virá de forma repentina sobre o reino do Anticristo. “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite. Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (1Ts 5.1-3).
3. Destaque doutrinal: O arrebatamento da Igreja, conquanto repentino e imperceptível, não será secreto, por tratar-se de uma doutrina muito bem tratada e esclarecida nas Escrituras.
VII. O ÚNICO POVO DE DEUS A ESTAR PRESENTE NA TERRA, DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO, É ISRAEL, POR NÃO TER RECEBIDO AINDA JESUS CRISTO COMO O SEU MESSIAS
Apesar de Israel ser também povo de Deus, em virtude do pacto do Senhor com Abraão, não tomará parte no Arrebatamento, por não acreditar ser Jesus Cristo, o Eterno Filho de Deus, o Messias dos judeus e o Salvador do mundo. Todavia, não será destruído na Grande Tribulação, nem será enganado, para sempre, pelo Anticristo.
1. Como fruto de sua desobediência, Israel vem sendo submetido a diversas tribulações, que culminará na Grande Tribulação. “Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então, sobre ti virão todas estas maldições e te alcançarão” (Dt 28.15).
2. Antes de ser submetido à Grande Tribulação, Israel firmará uma aliança de uma semana profética – sete anos literais – com o Anticristo. “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.27).
3. Inicialmente, Israel receberá o Anticristo como o seu cristo e salvador. “Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis” (Jo 5.43).
4. Até o início da Septuagésima Semana de Daniel, o Santo Templo, em Jerusalém, estará construído. “Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2Ts 2.3,4).
5. A Grande Tribulação é descrita por Jeremias como a angústia de Jacó. “Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela” (Jr 30.7).
6. A Grande Tribulação será um tempo de angústia mui particular para Israel, mas o Senhor não permitirá que o seu povo seja destruído. “E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro” (Dn 12.1).
7. ATENÇÃO. O Senhor Jesus alerta TÃO SOMENTE os israelitas a precaverem-se quanto à Grande Tribulação, porque a Igreja já não estará, na terra, durante esse período. “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda), então, os que estiverem na Judeia, que fujam para os montes; e quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; e quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.15-17).
Nota: na metade da 70ª Semana de Daniel, os israelitas começarão a voltar-se a Deus, ao Santo Evangelho e a Jesus Cristo, o Eterno Cordeiro.
8. O povo de Israel será duramente perseguido pelo Anticristo. “E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o varão. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente” (Ap 12.13,14).
9. No final da Grande Tribulação, o povo de Israel será salvo. “E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades” (Rm 11.26).
VIII. O PRÉ-TRIBULACIONISMO NO APOCALIPSE
Infere-se claramente, da leitura do Apocalipse, que este livro narra os últimos acontecimentos da história humana, através da doutrina do pré-tribulacionismo. Senão, vejamos:
1. A Igreja de Cristo, em sua fase militante e representada pelas sete congregações da Ásia Menor, é mencionada apenas nos três primeiros capítulos de Apocalipse.
2. A partir do capítulo quatro, a atenção do Evangelista é direcionada não à Igreja, que já estará no Céu com Nosso Senhor, mas à ira do Cordeiro.
3. A multidão de branco, proveniente de todos os povos, nações e línguas, não fazem parte da Igreja, mas formam o corpo dos mártires da Grande Tribulação (Ap 7.9-17).
4. Logo, podemos dizer que, baseados nas cartas que o Senhor endereçou às sete igrejas da Ásia Menor, esta foi a sua última advertência a nós, seus servos: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo. Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.20-22).
5. A Igreja de Cristo que, durante a Grande Tribulação, esteve no Céu com nosso Senhor, há de voltar triunfante em sua companhia:
“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito que ninguém sabia, senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (Ap 19.11-16).
6. Apelo final da Igreja e do Cordeiro. “E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida. Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor Jesus! A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém!” (Ap 22.17-21).
CONCLUSÃO
Na conclusão deste estudo, podemos afirmar com toda a segurança bíblica: a Igreja de Cristo não há de ser submetida à Grande Tribulação, porquanto esta destina-se apenas aos inimigos de Deus – os que rejeitam o Santo Evangelho. Quanto a nós, redimidos pelo Cordeiro, estaremos no Céu, nesse período, a desfrutar das bodas celestes; ali, diante do Tribunal de Cristo, receberemos o nosso galardão.
O pré-tribulacionismo não é um mero posicionamento escatológico; é uma doutrina basilar; alicerça todo o edifício de nossa Santíssima Fé. Voltemo-nos à Sã Doutrina. Sejamos vigilantes, e jamais emprestemos os ouvidos às doutrinas alienígenas e contrárias à Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus.
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- Pr. Claudionor de Andrade. Ministro do Santo Evangelho, o Pastor Claudionor de Andrade é Conselheiro Bíblico da Escola de Educação Teológica das Assembleias de Deus, a EETAD.É, também, Professor de Escola Dominical e autor de vários livros, dentre os quais a obra de referência “Dicionário Teológico”. Pregador e conferencista, roga a Deus que o ajude a falar tão somente o que convém à Sã Doutrina. E implora aos redimidos que orem por ele, porque, conforme suas palavras, “sem Jesus nada posso fazer”. ↩︎